domingo, 30 de março de 2008

Uma história (parte 3)

Após uma discussão, ela sempre se sentia culpada. Nem sempre pelo assunto da discussão em si, mas pelo tempo perdido. Eles tinham tanto a fazer juntos, tanto a conversar...

Pouco depois que desligaram, o telefone toca novamente.

A compreensão da parte dele sempre fora admirável... E o que ela mais queria no momento era poder abraçá-lo.

Poucos dias depois, no final de semana, o beijo de "oi" foi mais que um beijo de "oi". Intimamente, ela dava nele um beijo de "desculpas", um beijo de "eu te amo", um beijo de "nunca mais quero brigar".

O sorriso do rapaz em sua frente, então, não pareceu ser apenas um sorriso de "oi". pareceu um sorriso de "estava com saudades". Um sorriso de "eu te amo".

quarta-feira, 26 de março de 2008

Uma história (parte 2)

A discussão não parecia ter fim. Não era uma discussão calorosa, baixa. Era civilizada, cada um expondo seus motivos. Um até parecia entender os motivos do outro, mas nenhum dos dois se dava conta disso. E pior: era uma discussão por um motivo besta demais.

Sem perceberem, ficaram uma hora inteira empacados nesse assunto, quando poderiam, na verdade, estar conversando coisas até banais, porém mais leves. Coisas que não desgastassem, coisas que não irritassem.

Desligaram o telefone mau humorados e sem aquela sensação leve que sempre carregavam após uma conversa ao telefone.

terça-feira, 11 de março de 2008

Uma história (parte 1)

A garota abriu os olhos durante a noite após aquele sonho tão bom. O beijo de quem ela mais amava. Olhou para seu lado na cama e viu seu urso de pelúcia. Sempre teve um enorme carinho por ele, mas vê-lo ali, ao seu lado, no lugar de seu namorado, fez com que ela se sentisse no meio de um vácuo muito esquisito. Abraçou o ursinho esperando sentir o calor do garoto de seus sonhos mas sentiu apenas o calorzinho da pelúcia.

Pegou o celular para mandar uma mensagem mas deparou-se com o horário:

3:03 da manhã

Chegou a digitar a mensagem, mas parou e a apagou antes de enviar, como muitas vezes fazia. Realmente era muito tarde (ou muito cedo) para acordar seu namorado que, sabia ela, estava já esgotado por causa da semana cansativa.
Olhou para a própria mão e deparou-se com a aliança. Tascou-lhe uma beijoca e voltou a dormir sossegada.

Eu quero é homem!

Calma, não é um pedido desesperado, tendo em vista que tenho um namorado muito bom, obrigada. Essa é apenas minha resposta, enfática, à pergunta “você ficaria com um garoto homossexual?”. Não é questão de preconceito, apenas uma questão de gosto.

Um homossexual tem corpo de homem, rosto de homem, genes de homem... Mas a cabeça de uma mulher.

Não gosto de homens apenas pelos seus corpos, pela voz mais grossa que a nossa e por carregar o XY em seu DNA, mas gosto de seus pensamentos, suas manias. Ou seja, coisas de homem que os fazem ser... Homens! Essas diferenças podem irritar, mas ao mesmo tempo me encantam. Diferenças que, com os contatos que já tive com gays, percebi que quase não existem nesses garotos que são maravilhosos para... Serem meus amigos!

quarta-feira, 5 de março de 2008

A maçã

Tinha gente que tentava virar Paquita. Tinha gente que ia a shows de calouros. Tinha gente que, pelo caminho contrário, era louco pra ganhar o Troféu Abacaxi.
Hoje tem gente que sonha em ser dançarina na TV, entrar no BBB ou até casar com um jogador de futebol. Mas isso por amor à dança? Amor ao convívio forçado? Amor ao futebol? Não. Tem gente que ama a fama. Ama sem nem conhecer.
Sabe quando você mal conhece o garoto e já diz que ama ele, que ele é o amor de sua vida? Essa é a relação das pessoas com a fama. Dizem que a fama é o “amor da vida” delas! Se conseguem conhecer o príncipe dos sonhos ou atingir a fama, puro encantamento no início! Pouco depois... O menino dá perdido, mente... Ou seja, fama começa a encher! A pessoa espanca fotógrafos, xinga repórteres... O príncipe vira sapo. A fama, de maçã suculenta, vira maçã envenenada.
Talvez seja comum no imaginário popular que a vida é um conto de fadas... Pode até ser, mas é um conto de fadas bem sinistro!

Igualdade: “o tesouro perdido” ou “chuta que é macumba”?

O ser humano é um tipo folgado. Folgado, mas esperto. Não mede esforços para correr atrás de lucros, luta com todas as forças para conseguir ter algo a mais que os outros. Ainda assim, é folgado. Explico:
Já foi visto em outros tempos de tentativa de socialismo que a base igualitária não funciona. Um homem, sabendo que, independente de quanto trabalhasse, ganharia o mesmo que o seu amigo que trabalhava muito (ou pouco), o que fazia? Relaxava. O dele estava garantido! Pouco, mas estava. Então alguns, que não se deram conta disso, suavam a camisa enquanto outros espertalhões produziam a metade do que eles produziam ganhando a mesma merreca.
Pergunto: É justo isso? Seria justo um mundo igual para todos se todos fossem iguais. É claro que o homem é diferente um do outro, mesmo dentro de uma massa. E nada move melhor esse mundo do que a produção e recompensa. É quase como uma caçada ao tesouro.
 
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