quarta-feira, 15 de julho de 2015

Não dá mais.

Quando eu me mudar, vou sentir muita saudade da minha mãe. De morar perto da minha irmã. De paparicar meus cachorros todos os dias. De ter uma praça em frente de casa. Do silêncio. Do cheiro incrível das plantas após um temporal. De ouvir as maritacas que sempre passam por lá no final da tarde.
Mas nada - NADA - paga o pânico que sinto todos os dias a caminho do ponto de ônibus e quando volto do trabalho. Passa moto, passa carro, passa homem... Já penso que vão me assaltar ou pior... Minhas pernas começam a tremer e às vezes preciso até parar pra respirar e voltar ao normal.
Sei que a violência está em todos os lugares. Mas sei que naquele bairro, tão lindo, porém cercado por favelas, a violência se apresenta semanalmente - com tiroteios, assaltos, mortes e estupros.
Duro vai ser sair de lá pensando: minha mãe ainda está lá. Esse é outro pânico que tenho ao sair de casa. Fico com medo que invadam nossa casa (porque isso aconteceu várias vezes com nossos vizinhos) e façam algum mal a ela e aos meus bichos. Porque o problema do assalto não é o que perdemos materialmente. O problema é que levam nosso celular e, por desespero, podem levar nossa vida junto. Se têm a incrível misericórdia de nos deixar a vida, levam embora pelo menos o nosso sossego. Vão-se os anéis e fica o dano psicológico.
 
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