domingo, 14 de fevereiro de 2010

Romance sombrio

Abri minha janela, a noite estava quente. Tudo à minha volta estava quente, mas meu coração estava gelado e eu não sabia o que estava acontecendo. Ao abrir a janela, o vento soprou, levantando as cortinas brancas e translúcidas que um dia pertenceram à minha avó.

Meu quarto é bem antigo, assim como minha casa. Essa casa é habitada desde a geração de minha tataravó e meu quarto um dia foi de minha bisavó. A grande cômoda, em madeira antiga, apenas aparentava a idade que tinha por seus traços, pois estava muito bem conservada.

Deitei em minha cama, mas não consegui dormir. Meu coração estava cada vez mais gelado e meu corpo cada vez mais quente. O vento ajudava a refrescar o calor, mas e meu coração.

Por detrás das cortinas avistei uma sobra familiar. Não podia ser ele. Ele havia sumido há semanas, sem dar explicações. Perdi as esperanças de um dia vê-lo novamente. A sombra permanecia em seu lugar e sentei-me na cama.

- Oi? – não tive resposta – Alguém aí?

A sombra moveu-se rapidamente e sumiu. Assustei-me ao me deparar com Pedro ao lado da cômoda.

-Pedro! Não acredito! – disse, saindo aos saltos da cama. Ele não se moveu, apenas me olhava seriamente.

Abracei-o e o beijei, mas ele não se movia. Havia a dor em seus olhos.

-Pedro, por favor, me conte o que aconteceu! Você sumiu e eu fiquei preocupada e...

Ele me calou com um beijo, cheio de sentimento e dor.

-Marília, me desculpe. – ele começou a despejar as palavras - Eu não posso, mas não consegui ficar longe. Tive que te ver mais uma vez, esperei você dormir, mas então você abriu e eu não resisti... Me perdoe, eu vou embora agora.

-Não! Espera! – disse segurando Pedro pelo punho – O mínimo que você deve fazer é me contar o que está acontecendo!

-Marília, prometa-me não contar a ninguém. Se você contar, nunca mais nos veremos.

-Eu prometo.

-Eu sou um vampiro.

Caí na gargalhada.

-Pedro, logo você que desmaia quando vê sangue? Desculpa, mas não vejo em você vocação para Edward ou Damon ou Stefan – disse, ainda rindo

-Eu estou falando sério. Eu não me alimento de sangue – disse com uma expressão de nojo

-Então...?

-Me alimento da energia humana. Quanto melhor, mais feliz, mais alegre e amorosa for essa energia, mais eu sugo, mais eu quero e tenho sede... Eu não conseguia ficar perto de você porque sentia o quanto você me amava. E eu não quero sugar esse amor de você.

Mesmo à luz do luar que entrava pela janela, Pedro deve ter visto minhas bochechas corarem.

-Sim, Marília, eu sempre soube que você me ama. Não precisa esconder. Eu sinto o cheiro do seu amor.

-Mas Pedro, se você sempre sugar esse amor, o que acontece?

-Se eu sugar esse amor até o fim, até a sua raiz, posso matar a sua capacidade de amar.

-Façamos o seguinte. Alimente meu amor me amando. Eu te alimento. Esse amor não vai acabar.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Só pra constar:

Acabei de comer um pastel de Nutella com Morango.
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