sábado, 4 de julho de 2009

E-mail muito chique

Pouco depois que começamos a namorar (exatamente 2 semanas e 4 dias depois) ele foi para Cingapura ver a família. Veio se despedir de mim numa 3ªf de noite e pegou o avião na 4ªf de tarde. A viagem é longa, ele só chegaria lá na 6ªf. Eu, que morro de medo de avião, fiquei agoniada de imaginar alguém que eu já amava (embora eu ainda não soubesse disso) tanto tempo dentro daquele treco! E minha mãe não me ajudava: "Ai, a essa hora ele está em cima do Atlântico".
Bom, eu nunca andei de avião e acho que eu herdei esse medo da minha mãe, pois quase todas as vezes que minha mãe pegou avião, houve algum problema (pouso forçado, quase queda, enfim). Ela estava quase tão agoniada quanto eu! Mas eu implorava para ela não me lembrar que ele estava dentro de um negócio que, qualquer coisa, poderia despencar, rumo a três (quase quatro, se fosse contar o tempo de vôo) longas semanas sem a gente se ver.
Quando ele partiu de viagem fiquei num estado catatônico. Não conseguia comer direito, não conseguia rir, não conseguia sequer chorar. Bom, na verdade eu conseguia chorar quando eu pegava a última blusa que usei quando o vi e que ainda estava com o cheiro dele. É engraçado como a distância parece arrancar um pedaço - mesmo que esse pedaço tenha "brotado" em você há apenas 2 semanas e 4 dias. Era como se do nada surgisse uma verruga na minha testa e sem anestesia alguém fosse com uma tesoura e pic cortasse ela.
Na 5ªf, ainda em estado catatônico, abri meu e-mail e -surpresa! - tinha um e-mail dele. "Aposto que to te escrevendo mais cedo do que vc imaginava!", dizia no início. Ele estava em Frankfurt (ai, que chique!), esperando pegar mais um avião... Claro, vôo para o outro lado do mundo não poderia ser direto, né? Mas pelo menos era o último de três que ele pegaria... Ainda tinha os três aviões da volta, mas eu só precisaria me preocupar com isso depois de três semanas.
Um e-mail curto, dizendo que ainda faltava muito tempo para o próximo vôo, que esperava que desse para matar um pouco da saudade, que estava totalmente perdido no tempo, que ficou pensando em mim na viagem... É, deu para me tirar um pouco do estado catatônico ;)

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